Voici les sambas de enredo de chacune des écoles du Groupe spécial pour le Carnaval de Rio 2019.
Chaque année, les écoles de samba compose un samba qui illustre leur thème, d’ou leur nom de samba-enredo (samba à thème).
Les paroles racontes et argumente l’histoire que chaque école à choisi de mettre en avant. Le samba se doit d’êtres bien développé et illustré tout en étant fédérateur et motivant pour les participants.
Cet exercice est d’autant plus délicat qu’il sera noté par le jury et participera à la notation final qui désignera l’école de samba championne de l’année.
Découvrez maintenant tous les sambas de cette année, que ce soit pour supporter votre école préférée ou juste pour vous réchauffer le cœur et l’esprit.
Império Serrano
Unidos do Viradouro
Grande Rio
Salgueiro
Beija Flor
Imperatriz
Unidos da Tijuca
São Clemente
Vila Isabel
Portela
União da Ilha
Paraiso do Tuiuti
Mangueira
Mocidade
Enredo: « O que é, o que é? »
Thème: « Quel est, quel est ? »
Compositeurs: Gonzaguinha
Interprètes: Silas Leleu
Eu fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita
Viver
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz
Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita
E a vida
E a vida o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a Batida de um coração
Ela é uma doce ilusão
Êh! Ôh!
Mas e a vida
Ela é maravilha ou é sofrimento?
Ela é alegria ou lamento?
O que é? O que é?
Meu irmão
Há quem fale
Que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo
Há quem fale
Que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor
Você diz que é luta e prazer
Ele diz que a vida é viver
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é
E o verbo é sofrer
Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser
Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte
E a pergunta roda
E a cabeça agita
Eu fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita
Enredo: « Viraviradouro! »
Thème: « RetourneViradouro »
Compositeurs: Renan Gêmeo, Bebeto Maneiro, Thiago Carvalhal, Ludson Areia, Jr. Filhão, Raphael Richaid, Ricardo Neves et Carlinhos Viradouro
Interprète: José Paulo Ferreira Sierra
Se tem magia, encanto no ar
Eu vou viajar ouvindo histórias
De um livro secreto
Mistérios sem fim
Vovó desperta a infância em mim
Em cada conto sou mais um menino
Que muda a sorte e sela o destino
Lançado o feitiço pra vida virar
Pro bem ou pro mal é carnaval
E na Fantasia
A minha alegria é um sonho real
No reino da ilusão
O amor seduz o vilão
Num conto de fadas, a felicidade
Encanta o meu coração pra cantar
Deixando a tristeza do lado de lá
E quem ousou desafiar
A ira divina
Vagou no mar
Cego pela sede da ambição
Carregando a sina dessa maldição
Seres da sombria madrugada
O medo caminhou na escuridão
Mas a coragem que me faz lutar
É a esperança, razão de sonhar
Imaginar e renascer
No sol de cada amanhecer
Das cinzas voltar
Nas cinzas vencer
Quem me viu chorar
Vai me ver sorrir
Pode acreditar, o amor está aqui
Viraviradouro iluminou
O brilho no olhar voltou
Enredo: « Quem nunca…? Que atire a primeira pedra »
Thème: « Qui n’a jamais…? Qu’il lance la première pierre »
Compositeurs: Cláudio Russo, André Diniz, Moacyr Luz, Gê Martins, Licinho Júnior et Elias Bililico
Interprète: Evandro Malandro
Tá errado, não importa quem errou
O pecado e o pecador
Sempre estão do mesmo lado
Tá errado, sem lição nem professor
Se o espinho fere a flor
O amor é maculado
No jeitinho que impera nessas bandas
É mais fácil o mau caminho pra jogar no tabuleiro
Na verdade do espelho, quando a razão desanda
Vai seguindo em desalinho mesmo com sinal vermelho
Atire a primeira pedra aquele que não erra
Quem nunca se arrependeu do que fez?
Na vida todo mundo escorrega
Melhor se machucar só uma vez
Cardume de garrafas pelo mar
Nem tarrafa nem puçá alimentam o pescador
E a cisma de atender o celular
Pra curtir, compartilhar
Zombar do perigo largar o amigo
Perder o pudor
Quem aí tá podendo julgar?
Não consegue ouvir outra voz
Cada um foi pensando em si
Olha o que fizemos de nós
Então pegue seu filho nas mãos
Educar é um desafio
Se errei, peço perdão
Renasce a Grande Rio
Quem nunca sorriu da desgraça alheia?
Quem nunca chorou de barriga cheia?
Eu sou Caxias de tantos carnavais
Falam de mim, eu falo de paz
Enredo: « Xangô »
Thème: « Xangô »
Compositeurs: Demá Chagas, Marcelo Motta, Renato Galante, Fred Camacho, Leonnardo Gallo, Getúlio Coelho, Vanderlei Sena et Francisco Aquino
Interprète: Emerson Dias
Vai trovejar!!!
Abram caminhos pro grande Obá
É força, é poder, o Aláàfin de Oyó
“Oba Ko so!” ao Rei Maior
É pedra quando a justiça pesa
O Alujá carrega a fúria do tambor
No vento a sedução (Oyá)
O verdadeiro amor (Oraiêiêô)
E no sacrifício de Obà (Oba xi Obà)
Lá vem Salgueiro!
Mora na pedreira, o dono da terra
Vem de Aruanda pra vencer a guerra
Eis o justiceiro da Nação Nagô
Samba corre gira, gira pra Xangô
Rito sagrado, ariaxé
Na igreja ou no Candomblé
A benção, meu Orixá!
É água pra benzer, fogueira pra queimar
Com seu oxê, « chama » pra purificar
Bahia, meus olhos ainda estão brilhando
Hoje marejados de saudade
Incorporados de felicidade
Fogo na gongá, salve o meu protetor
Canta pra saudar, Opanixé kaô
Machado desce e o terreiro treme
Ojuobá! Quem não deve não teme
Olori XANGÔ eieô
Olori XANGÔ eieô
Kabecilê, meu padroeiro
Traz a vitória pro meu Salgueiro!
Enredo: « Quem não viu vai ver… »As fábulas do Beija-flor » »
Thème: « Qui n’a pas vu va voir, « Les fables de Beija-flor » »
Compositeurs: Di Menor BF, Julio Assis, Kirraizinho, Diego Oliveira, Fabinho Ferreira, Diogo Rosa, Rogério Coutinho, Marcio França, Carlinhos Ousadia, Kaká Kalmão, Jorge Ayla et Serginho Aguiar
Interprète: Luiz Antônio Feliciano Marconde (Neguinho da Beija-Flor)
Nascido feito rei menino
Em ninho de amor e humildade
Meu Pai direcionou o meu destino
Voar nas asas da felicidade
E arrisquei um voo nesse lindo azul
Um mundo encantado pude recordar
Em fábulas bordei a fantasia
Ê saudade que mareja o meu olhar
Herdeiro dessa terra me tornei
Cantei nossos recantos, tradições
Sou eu aquele festival de prata
Que na pista arrebata tantos corações
ÔÔÔÔ Axé que no sangue herdei
No meu quilombo, todo negro é rei
Abre a senzala!! Abre a senzala!!
Nesse terreiro o samba é a voz que não cala
Cresci, ouvindo acordes entre doces melodias
A bela dama retratada em poesia e o canto de cristal
A simplicidade no amor, aquele beijo na flor
Fez mais um sonho real
Pátria amada da ganância
Eu pedi socorro pelos filhos teus
Algoz da intolerância
Mesmo proibido, fui a voz de Deus
Toda essa grandeza, vem da nossa gente
Que esquece a dor e só quer sambar
É por esse amor
Quero meu valor me faz brilhar
Comunidade me ensinou
A ser apaixonado como eu sou
Ontem, hoje, sempre Beija-Flor
Oh Deusa!!!
Tem festa no meu coração
Desfilo toda gratidão
Razão do meu cantar,
A luz do meu viver…
O que seria de mim sem você?
Enredo: « Me dá um dinheiro ai »
Thème: »Donne moi de l’argent »
Compositeurs: Elymar Santos, Maninho do Ponto, Julinho Maestro, Dudu Miler, Márcio Pessi et Jorge Arthur
Interprètes: Arthur Franco
A tentação seduziu a poesia
Da volta todo dia é oferta e demanda
Pecado capital da humanidade
Senhor da desigualdade
Sempre diz quem é que manda
O arqueiro ergueu, aquela gente oprimida e sem paz
Perdeu meu bem, pobre fortuna, nobres ideais
Midas com o seu dedo de ouro
Condenou a própria filha a viver numa prisão
Prata, pixulé, papel moeda e o homem escorrega
Mete o pé na ambição
Troca-troca ê na beira da praia
Troca-troca ê na beira da praia
Um espelho por cocar, o negócio é um pecado
Ouro no mercado negro, negro é ouro no mercado
Tempos modernos, onde vidas valem menos
Boas ações não representam dividendos
A roda gira pro mais forte, poucos tem a sorte
De virar o jogo que o destino fez
Tem pato mergulhado no dinheiro
E o povo brasileiro nada por migalhas outra vez
Se é pra poupar
O porquinho pode até ser virtual
Haishtag no infinito, com cascalho , eu to bonito
No espeço sideral
Imperatriz, sentimento não tem preço, tem valor
Eu não vendo e não empresto, o meu eterno amor
Me dá, me dá, me dá, me dá um dinheiro aí
Gostei da comissão, me dá meu faz-me rir
Pra investir no sonho e vestir a fantasia
Quero renda na baiana e nota 10 na Bateria
Enredo: « Cada macaco no seu galho. Ó, meu pai, me dê o pão que eu não Morro de fome! »
Thème: « Chaque singe sur sa branche. Oh notre père, donne moi le pain que je ne meurs pas de faim »
Compositeurs: Márcio André, Daniel Katar, Diego Moura, Channel, Maia, Dr. Jairo, Edson Carvalho et Junior Trindade
Interprètes:
Meu filho
Como é lindo o amanhecer
Reflete o sol, a criação
Um bom dia a renascer
Pelos olhos do Pavão
Sou a fé na vida
Esperança da massa
Aquele que na dor te abraça
Sou eu, a verdade pra quem pede luz
Carregando a sua cruz
O alimento em comunhão
Princípio da salvação
Ouço chamar meu nome
Ouço um clamor de prece
Choro ao te ver com fome
Sou o cordeiro que a alma fortalece
Só existe um caminho (por favor)
Cada um faz seu destino (meu senhor)
As migalhas do poder que o diabo amassou
Estão dentro de você
As mãos unidas vem pedindo o perdão
Gente sofrida com a paz no coração
Dividem o pouco que tem pra comer
Ó meu pai o seu amor é a receita
Iluminai, que não me falte o pão na mesa
Derrame igualdade, prosperidade
As bênçãos do céu
Se Deus é por nós, escute a voz
Que vem do meu Borel
Hoje a Tijuca pede em oração
Veste a fantasia pra fazer o bem
Multiplica o sagrado pão
Amém ( amém)
Enredo: « E o samba sambou »
Thème: « Et le samba samba »
Compositeurs: Helinho 107, Mais Velho, Nino et Chocolate
Interprètes: Léozinho Nunes et Bruno Ribas
Vejam só !
O jeito que o samba ficou … E sambou
Nosso povão ficou fora da jogada
Nem lugar na arquibancada
Ele tem mais pra ficar
Abram espaço nessa pista
E por favor não insistam
Em saber quem vem aí
O mestre-sala foi parar em outra escola
Carregado por cartolas
Do poder de quem dá mais
E o Puxador vendeu seu passe novamente
Quem diria, minha gente
Vejam o que o dinheiro faz
É fantástico
Virou Hollywood isso aqui
Luzes, câmeras e som
Mil artistas na Sapucaí
Mas o show tem que continuar
E muita gente ainda pode faturar
« Rambo-sitores », mente artificial
Hoje o samba é dirigido com sabor comercial
Carnavalescos e Destaques vaidosos
Dirigentes poderosos criam tanta confusão
E o samba vai perdendo a tradição
Que saudade
Da Praça Onze e dos grandes carnavais
Antigo reduto de bambas
Onde todos curtiam o verdadeiro samba
Enredo: « Em nome do Pai, do Filho e dos Santos, a Vila canta a Cidade de Pedro »
Thème: « Au nom du Père, du Fils et des Saints, Vila chante la ville de Pedro »
Compositeurs: André Diniz, Evandro Bocão, Professor Wladimir, Júlio Alves, Marcelo Valência, Dedé Augusto et Ivan Ribeiro
Interprète: Tinga
Vila
Te empresto meu nome
Fonte de tanta nobreza
Por Deus e todos os santos
Honre a tua grandeza
E subindo pertinho do céu
A névoa formava um véu
Lembrei de meu pai, minha fortaleza
Esculpida em pedras, Pedros
Terra dos Coroados
Os seus guardiões
Protetores de raro esplendor
Nas flores e estrelas
Nas cores e sons
Luar do imperador
Meu olhar lacrimejou
Em águas tão cristalinas
Uma cidade divina
Bordada em nobre metal
A jóia imperial
Petrópolis nasce com ar de Versalhes
Adorna a imensidão
A luz assentou o dormente
Fez incandescente a imigração
No Baile de Cristal o tom foi redentor
Em noite imortal
Fiz nascer um novo dia
Liberdade enfim raiou
Não vi a sorte voar ao sabor do cassino
« Segundo o dom » que teceu o destino
Meu sangue azul no branco desse pavilhão
O morro desce em prova de amor
Encontro da gratidão
Viva a princesa,
O tambor que se não cala
E o canto do povo mais fiel
Ecoa meu samba no alto da serra
Na passarela com os herdeiros de Isabel
Enredo: « Na Madureira moderníssima, hei sempre de ouvir cantar uma Sabiá »
Thème: « A Madureira ultra moderne, j’entendrais toujours chanter un Sabiá »
Compositeurs: Jorge do Batuke, Valtinho Botafogo, Rogério Lobo, Beto Aquino, Claudinho Oliveira, José Carlos, Zé Miranda, D’Dousa et Araguaci
Interprète: Gilsinho
Axé… sou eu
Mestiça, morena de Angola, sou eu
No palco, no meio da rua, sou eu
Mineira, faceira, sereia a cantar, deixa serenar
Que o mar… de Oswaldo Cruz a Madureira
Mareia… a brasilidade do « Meu lugar »
Nos versos de um cantador
O canto das raças a me chamar
De pé descalço no templo do samba estou
É rosa, é renda, pra Águia se enfeitar
Folia, furdunço, ijexá
Na festa de Ogum Beira-mar
É ponto firmado pros meus orixás
Eparrei Oyá, Eparrei…
Sopra o vento, me faz sonhar
Deixa o povo se emocionar
Sua filha voltou, minha mãe
Pra ver a Portela tão querida
E ficar feliz da vida
Quando a Velha Guarda passar
A negritude aguerrida em procissão
Mais uma vez deixei levar meu coração
A Paulo, meu professor
Natal, nosso guardião
Candeia que ilumina o meu caminhar
Voltei à Avenida saudosista,
Pro Azul e Branco modernista… eternizar
Voltei, fiz um pedido à Padroeira
Nas Cinzas desta Quarta-feira… comemorar
Nossas estrelas no céu estão em festa
Lá vem Portela com as bênçãos de Oxalá
No canto de um Sabiá
sambando até de manhã
Sou Clara Guerreira, a filha de Ogum com Iansã
enredo: « A peleja poética entre Rachel e Alencar no avarandado do Céu »
Thème:« La lutte poétique entre Rachel et Alencar dans la verbe du ciel »
Compositeurs: Myngal, Marcelão da Ilha, Roger Linhares, Marinho, Cap. Barreto, Eli Doutor, Fernando Nicola et Marco Morena
Interprète: Acraílson Forde (Ito Melodia)
O sol
Onde aquece a inspiração é luz
Meu sonho
É vida, vento, brisa à beira mar
Ouvindo poesias de Raquel
Suspiro nas histórias de Alencar
E hoje desfolhando meu cordel
Das lendas que ouvi no Ceará
É doce, é fogo, sabor e prazer
Aroma no ar, plantar e colher
Eu moldei no barro
As recordações que vivi com você
Violeiro toca moda à luz do luar
Sanfoneiro puxa o fole e
Convida a dançar
Vou pedir a Padim Ciço
Abençoe nosso povo
Essa fé a nos guiar
Chão rachado, meu sertão
Peço a deus pra alumiar
Terra seca que não seca a esperança
Arretada vocação de te amar
O sal da terra segue o meu destino
Sangue nordestino sempre a me orgulhar
A natureza cantada em meus versos
Traduz a beleza desse meu lugar
Linda morena vestiu-se de amor
Teceu a vida com fios dourados
Eu de chapéu de couro e gibão
Enfeitei o meu coração
E a moda desfilou ao seu lado
Vixi Maria! A ilha a cantar
Traçando em meus versos a minha alegria
Menina rendeira me ensina a bordar
No céu emoção, no chão simpatia
enredo: « O Salvador da pátria »
Thème: « Le sauveur de la patrie »
Compositeurs: Moacyr Luz, Cláudio Russo, Dona Zezé, Jurandir et Aníbal
Interprète: Celsinho Moddy
Vendeu-se o Brasil num palanque da praça
E ao homem serviu ferro, lodo e mordaça…
Vendeu-se o Brasil do sertão até o mangue
E o homem servil verteu lágrimas de sangue
Do nada um Bode vindo lá do interior
Destino pobre, nordestino sonhador
Vazou da fome, retirante ao Deus dará
Soprou as chamas do dragão do mar
Passava o dia ruminando poesia
Batendo cascos no calor dos mafuás
Bafo de bode perfumando a boemia
Levou no colo Iracema até o cais
Com luxo não! Chão de capim!
Nasceu Muderna Fortaleza pro Bichim
Pega na viola, diz um verso pra iô iô
O salvador! O salvador! (Da pátria)
Ora, meu patrão, vida de gado desse povo tão marcado
Não precisa de dotô
Quando clareou o resultado
Tava o bode ali sentado aclamado vencedor
Nem berrar, berrou, sequer assumiu
Isso aqui iô iô é um pouquinho de Brasil
O meu Bode tem cabelo na venta
O Tuiuti me representa
Meu Paraíso escolheu o Ceará
Vou bodejar, lá iá lá iá
enredo: « História pra ninar gente grande »
Thème: « Histoire pour bercer les grandes personnes »
Compositeurs: Deivid Domênico, Tomaz Miranda, Mama, Marcio Bola, Ronie Oliveira et Danilo Firmino
Interprète: Marquinho Art’samba
Brasil, meu nego
Deixa eu te contar
A história que a história não conta
O avesso do mesmo lugar
Na luta é que a gente se encontra
Brasil, meu dengo a Mangueira chegou
Com versos que o livro apagou
Desde 1500 tem mais invasão do que descobrimento
Tem sangue retinto pisado
Atrás do herói emoldurado
Mulheres, tamoios, mulatos
Eu quero um país que não está no retrato
Brasil, o teu nome é Dandara
Tua cara é de cariri
Não veio do céu
Nem das mãos de Isabel
A liberdade é um dragão no mar de Aracati
Salve os Caboclos de julho
Quem foi de aço nos anos de chumbo
Brasil, chegou a vez de ouvir as Marias, Mahins, Marielles, Malês
Mangueira, tira a poeira dos porões
Ô, abre alas pros teus heróis de barracões
Dos Brasis que se faz um país de Lecis, Jamelões
(São verde-e-rosas as multidões)
Mangueira, tira a poeira dos porões
Ô, abre alas pros teus heróis de barracões
Dos Brasis que se faz um país de Lecis, Jamelões
enredo: « Eu sou o Tempo. Tempo é Vida »
Thème: « Je suis le temps. Le temps c’est la vie »
Compositeurs: Jefinho Rodrigues, Diego Nicolau, Marquinho Índio, Jonas Marques, Richard Valença, Roni Pit’Stop, Orlando Ambrosio et Cabeça do Ajax
Interprète: Wander Pires
Olha lá, menino tempo
Tenho tanto pra contar
Era eu, guri pequeno
Pés descalços, meu lugar
Quando um « toco » de verso (ôôô)
Semeou a poesia (ê láiá)
Eu colhi a flor da idade
Vi na minha Mocidade
O raiar de um novo dia
Baila no vento, deixa o tempo marcar
Nas viradas dessa vida
Vou seguir meu caminhar
Ah! Quem me dera o ponteiro voltar
E reencontrar o mestre na avenida
Desmedido coração
No contratempo dessa ilusão
Ora machuca, ora « cura dor »
Do meu destino, compositor
Tempo que faz a vida virar saudade
Guarda minha identidade
Independente relicário da memória
Padre Miguel, o teu guri já não caminha tão depressa
Mas nunca é tarde pra sonhar
Vamos lá, a hora é essa!
Senhor da razão, a luz que me guia
Nos trilhos da vida escolhi amar
Estrela maior, paixão que inebria
Eu conto o tempo pra te ver passar
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